terça-feira, 16 de agosto de 2011

Medicina Tradicional Chinesa-Acupuntura

A MTC caracteriza-se por um sistema médico integral, originado há milhares de anos na China. Utiliza linguagem que retrata simbolicamente as leis da natureza e que valoriza a inter-relação harmônica entre as partes visando a integridade. Como fundamento, aponta a teoria do Yin-Yang, divisão do mundo em duas forças ou princípios fundamentais, interpretando todos os fenômenos em opostos complementares. O objetivo desse conhecimento é obter meios de equilibrar essa dualidade. Também inclui a teoria dos cinco movimentos que atribui a todas as coisas e fenômenos, na natureza, assim como no corpo, uma das cinco energias (madeira, fogo, terra, água). Utiliza como elementos a anmnese, palpação do pulso, observação da face e língua em suas várias modalidades de tratamento (Acupuntura, plantas medicinais, dietoterapia, práticas corporais e mentais).

A Acupuntura é uma tecnologia de intervenção em saúde que aborda de modo integral e dinâmico o processo saúde-doença no ser humano, podendo ser usada isolada ou de forma integrada com outros recursos terapêuticos. Originária da Medicina Tradicional Chinesa (MTC), a Acupuntura compreende um conjunto de procedimentos que permitem o estímulo preciso de locais anatômicos definidos por meio da inserção de agulhas filiformes metálicas para a promoção, manutenção e recuperação da saúde bem como para a prevenção de agravo e doenças.

Achados arqueológicos permitem supor que essa fonte de conhecimento remonta há pelo menos 3.000 anos. A denominação chinesa Zhen jiu, que significa agulhas (zhen) e calor (jiu) foi adaptado nos relatos trazidos pelos jesuítas no século XVII como Acupuntura (derivada das palavras latinas acus, agulha e punctio, punção). O efeito terapêutico da estimulação de zonas neurorreativas ou "ponto de acupuntura" foi, a princípio, descrito e explicado numa linguagem de época, simbólica e analógica, consoante com a filosofia clássica chinesa.

No Ocidente, a partir da segunda metade do século XX, a Acupuntura foi assimilada pela medicina contemporânea, e graças às pesquisas científicas empreendidas em diversos países tanto do oriente como do ocidente, seus efeitos terapêuticos foram reconhecidos e têm sido paulatinamente explicados em trabalhos científicos publicados em respeitadas revistas científicas. Admite-se atualmente, que a estimulação de pontos de acupuntura provoque a liberação, no sistema nervoso central, de neurotransmissores e outras substâncias responsáveis pelas respostas de promoção de analgesia, restauração de funções orgânicas e modulação imunitária.

A OMS recomenda a Acupuntura aos seus Estados membros, tendo produzido várias publicações sobre sua eficácia e segurança, capacitação de profissionais, bem como métodos de pesquisa a avaliação dos resultados terapêuticos das medicinas complementares e tradicionais. O Conselho do National Institutes of Health dos Estados Unidos referendou a indicação da acupuntura, de forma isolada ou como coadjuvante em várias doenças e agravos à saúde, tais como odontalgias pós operatórias, náusea e vômito pós quimioterapia ou cirurgia em adultos, dependências químicas, reabilitação após acidentes vasculares cerebrais, dismenorréia, cefaléia, epicondilite, fibromialgia, dor miofascial, osteoartrite, lombalgias e asma, entre outras.

A MTC inclui ainda práticas corporais (Lian gong, chi gong, tui-na, tai-chi-chuan); práticas mentais (meditação); orientação alimentar; e o uso de plantas medicinais (Fitoterapia Tradicional Chinesa), relacionadas à prevenção agravos e de doenças, promoção e recuperação da saúde.

No Brasil, a Acupuntura foi introduzida há cerca de 40 anos. Em 1988 por meio da Resolução N 5/88, da Comissão Interministerial de Planejamento e Coordenação (Ciplan), teve as suas normas fixadas para o atendimento nos serviços públicos de saúde.

Em 1999, o Ministério da saúde inseriu na tabela Sistema de Informações Ambulatoriais(SAI/SUS) a consulta médica em Acupuntura (código 0701234), o que permitiu acompanhar a evolução das consultas por região em todo País. Dados desse sistema demonstram um crescimento de consultas médicas em acupuntura em todas as regiões. Em 2003, foram 181.983 consultas, com uma maior concentração de médicos acupunturistas na região Sudeste (213 dos 376 cadastrados no sistema). Verifica-se que a Acupuntura está presente em 19 estados, distribuída em 107 municípios, sendo 17 capitais.

A Implementação das Diretrizes da política nacional de práticas Integrativas e Complementares no SUS, nos centros especializados, diz que deverão ser elaboradas normas técnicas e operacionais compatíveis com a implantação e desenvolvimento dessas práticas no SUS.

O especialista que exerce a Acupuntura de acordo com banco de dados relativos a escolas formadoras ou mesmo trabalhos científicos, estabelece um curso de tratamento que em média é de 10 sessões que poderão ser realizadas de diferentes formas, sendo de 2-3 vezes na semana até no mínimo de 1 vez na semana, sabendo do efeito cumulativo obtido através da sequência de sessões. Por isso é muito importante para o resultado e benefícios da Acupuntura a frequência sequencial a ser respeitada. Os trabalhos científicos que avaliam eficácia, avaliam os pacientes a cada ciclo de sessões (5/10/20), e mesmo nos ciclos curto como o de 5, verificam-se variações estatisticamente significantes no grupo da Acupuntura quando comparadas aos grupos controles.

Solicitamos que, para que haja um efeito desejável da Acupuntura tanto da melhora dos sintomas dos pacientes como a nível econômico, respeitem a sequência das sessões.

Abaixo alguns trabalhos e o tempo e número de sessões que receberam: